Os sachês de ketchup podem estar com os dias contados. A Kraft Heinz planeja reformular o design global de suas embalagens para encontrar alternativas mais ecológicas.
A gigante do setor de alimentos com sede em Chicago anunciou nesta terça-feira que tornará 100 por cento de suas embalagens em todo o mundo recicláveis, reutilizáveis ou compostáveis até 2025. Nos próximos sete anos, a empresa fará parcerias com especialistas, organizações e coalizões do setor para desenvolver materiais reciclados alternativos para suas embalagens.
A Kraft Heinz se soma a outras empresas de produtos de consumo, como Unilever, Procter & Gamble, Nestlé e Colgate Palmolive, que fixaram prazos explícitos para tornar seus produtos mais ecológicos. A meta poderia resultar em grandes mudanças para alguns dos produtos mais famosos da Kraft Heinz, segundo a diretora de reputação corporativa global da empresa, Caroline Krajewski.
Os sachês do ketchup Heinz, os saquinhos multilaminados do suco Capri Sun e as embalagens individuais do queijo Kraft Singles não podem ser reciclados facilmente por meio dos programas municipais regulares. As embalagens multilaminadas usam papel-alumínio e plástico, que não são fáceis de separar.
“Todas as opções serão consideradas”, disse Krajewski, em entrevista. “Temos um caminho difícil pela frente para certos tipos de embalagem, e há aspectos para os quais teremos que nos aliar a terceiros e a coalizões do setor porque nenhum de nós consegue avançar em determinadas áreas por conta própria.”
Consumidores e investidores pressionaram a empresa a reformular suas embalagens nos últimos anos, disse Krajewski. Mais de 13 por cento dos acionistas apoiaram uma proposta de investidores na assembleia anual de abril, solicitando um relatório sobre a reciclabilidade de suas embalagens.
A Kraft Heinz reduziu a lista de produtos vendidos em saquinhos prontos para consumo e superou a meta de eliminar 50.000 toneladas de embalagens otimizando o design para produtos como Kraft Easy Mac Cups, disse Krajewski. A empresa está coletando dados para elaborar um nível de referência que mostre quão recicláveis e compostáveis são suas embalagens e planeja divulgar essas informações, disse ela.
A Kraft Heinz ainda não sabe ao certo como abordará a questão das embalagens não recicláveis e não reutilizáveis, como os sachês de ketchup. Em 2010, a Heinz recriou o sachê flexível de papel-alumínio e plástico, usado havia 50 anos, como uma embalagem maior que pode ser espremida ou no qual se pode mergulhar um alimento. A nova embalagem reduz o desperdício, mas também não pode ser reciclada devido à cobertura de filme. As novas embalagens terão que equilibrar sustentabilidade com requisitos de segurança alimentar, prazo de validade, distribuição, custo e aparência, disse Krajewski.
Outra opção é desenvolver uma forma de tornar a embalagem atual mais reciclável ou compostável.
“Estamos entrando em um território completamente novo”, disse Krajewski. “Agora temos um prazo de sete anos para criar uma nova solução. Onde não existir solução técnica, precisaremos encontrar uma.”